O diagnóstico do Zika vírus atualmente pode ser realizado por meio de amostras de sangue coletadas em laboratório. Ele pode ocorrer de forma indireta ou direta, pela detecção de anticorpos circulantes ou pela detecção do vírus por meio de tecnologia molecular, respectivamente.
A investigação indireta, pela detecção de anticorpos IgG e IgM, ainda pode ser feita por meio de diferentes metodologias, como Elisa, imunofluorescência indireta ou imunocromatografia (teste rápido). Anticorpos IgG são detectados a partir do sétimo dia do início dos sintomas e permanecem no sangue por um longo tempo. Os anticorpos da classe IgM podem ser detectados após quatro dias do início dos sintomas e indicam um quadro agudo da doença. Eles ainda podem ser identificados até um período de duas a 12 semanas após a infecção, na fase de convalescença. Se após 12 semanas o teste der um resultado negativo é descartada a possibilidade de infecção.
É importante destacar que metodologias de diagnóstico laboratorial indireto podem apresentar resultados falso-positivos. Isso ocorre devido às reações cruzadas com outros vírus da mesma família, como é o caso do vírus da Dengue e da Febre Amarela.
Já os testes moleculares são os testes diretos, ou seja, detectam a presença do vírus no sangue ou na urina do paciente por meio de amplificação do seu material genético, o RNA. A metodologia PCR é capaz de identificar a presença do vírus nos primeiros sete dias após o início dos sintomas – que é o tempo ideal de detecção. Após este período, um eventual resultado negativo não exclui a possibilidade de infecção por Zika vírus.
Em amostras de urina, o vírus pode ser detectado por teste molecular por um período de até 15 dias após a infecção. Um PCR negativo, no entanto, não exclui isoladamente a infecção, sendo necessária a realização de uma pesquisa de anticorpos, caso haja suspeita clínica.
Procedimentos de diagnóstico de Zika vírus
A seguir, explicamos as etapas e possibilidades dos testes moleculares e de anticorpos, conforme orientado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, e reforçado pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML) para os casos de Zika vírus:
Teste molecular:
Indicação: Até 7 dias após o início dos sintomas.
Resultados: positivo confirma a infecção. Em caso de resultado negativo é necessário fazer o teste de anticorpos.
Teste de anticorpos (sorologia):
Indicação: Mais que 4 dias após o início dos sintomas.
Resultados: positivo indica provável infecção por Zika vírus. O resultado negativo descarta a possibilidade de infecção.
Diagnóstico de Zika vírus em gestantes
Por apresentar riscos para gestantes, o diagnóstico de Zika vírus para elas deve ser feito com ainda mais atenção, recomendando-se inclusive o teste para pacientes que não apresentam sintomas. A principal indicação é o teste de anticorpos, que ajuda a consolidar um resultado negativo.
O exame é indicado principalmente se a gestante viajou para uma área com ocorrências de infecção por Zika vírus. Neste caso, o teste sorológico IgM pode ser realizado de duas a 12 semanas após a viagem.
No caso de um resultado positivo, recomenda-se um novo teste IgM, só que para a investigação de dengue. Se o resultado do segundo teste for positivo, há um caso de infecção por flavivírus inespecífico. O resultado negativo do teste de dengue indica uma provável infecção por Zika vírus.
Se o teste IgM para Zika der resultado negativo e a paciente não apresentar sintomas, não é necessário acompanhamento.
É importante frisar que, assim como todos os exames laboratoriais, é essencial que os testes de Zika vírus sejam solicitados e acompanhados por um profissional médico, que tenha relação com a suspeita clínica.
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