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Dezembro Vermelho: Cuidando da saúde mental diante do diagnóstico de AIDS

Quando uma doença é cercada pelo preconceito e pela falta de conhecimento, os movimentos de conscientização para prevenção, melhoria de qualidade de vida e combate à discriminação fazem toda a diferença. É o caso do Dezembro Vermelho em relação às pessoas com diagnóstico de AIDS.

É importante ressaltar que o indivíduo que contrai o vírus HIV pode viver muito tempo sem desenvolver sintomas da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que se caracteriza por ser um estágio mais avançado da infecção. Devido ao enfraquecimento do sistema imunológico, a pessoa soropositiva torna-se mais suscetível a doenças, o que pode complicar seu quadro já bastante frágil.

A convivência com um vírus sem cura como o HIV seria suficiente para aflorar muitos medos em seu portador, porém ele também é confrontado com outras dificuldades que vão além da saúde física.

Como o diagnóstico de AIDS afeta o lado emocional?

A simples notícia da confirmação do diagnóstico de AIDS costuma ser devastadora para muitos, que podem levar meses para compreender e aceitar esta condição. O portador do vírus é constantemente confrontado com muitas apreensões, como o medo da própria morte, a discriminação diante de contato físico, dificuldade para estabelecer relacionamentos amorosos e familiares, o estresse causado pelo tratamento, a autoestima comprometida por efeitos de medicamentos, entre outras.

Segundo pesquisas norte-americanas feitas sobre o tema, as pessoas soropositivas possuem três vezes mais chances de apresentar depressão, além de ansiedade generalizada e transtorno de bipolaridade. Essas condições psicológicas abalam a saúde mental dos pacientes e afetam consideravelmente seu bem-estar, causando prejuízos em diversas esferas, como no ambiente de trabalho, em casa, no relacionamento afetivo e com outros grupos aos quais eles pertençam. Não é raro que conflitos existenciais e pensamentos suicidas apareçam. A mudança súbita de humor, alternando entre tristeza, raiva e revolta, por exemplo, é outro sinal bastante característico frente ao diagnóstico de AIDS.

Com isso, é comum que os portadores da doença busquem o isolamento e afastem pessoas que buscam ajudá-los, seja por medo, vergonha ou baixa autoestima. O receio de julgamentos pode, inclusive, retardar a busca por um tratamento psicológico.

Cuidados com a mente do portador de HIV/AIDS

Pessoas com diagnóstico de AIDS têm as mesmas chances de sucesso em tratamentos psicológicos ou psiquiátricos do que qualquer indivíduo não portador do vírus. Este acompanhamento especialmente voltado para a saúde mental do paciente é fundamental para tratar não apenas sintomas, mas também para restaurar a alegria, manter a vontade de viver e ter uma visão de futuro.

Algumas sugestões para de cuidados com a saúde mental incluem:

1. Controlar o estresse

Este é um fator de risco para todos, principalmente para portadores de doenças graves como a AIDS. O aumento do cortisol no corpo, causado pelo estresse, contribui para a fragilidade do sistema imunológico, atrapalhando o tratamento da doença. Os soropositivos precisam desenvolver meios para administrá-lo no dia a dia.

2. Manter um estilo de vida saudável

Além da prática de atividades físicas e de uma dieta à base de alimentos saudáveis, o paciente com diagnóstico de AIDS também requer manter uma vida social que traga boas experiências. Uma boa forma de alcançá-las é a dedicação a hobbies e projetos pessoais.

3. Envolver-se em grupos de apoio

Muitas vezes a assistência ideal de quem está próximo não é uma realidade. Mas nestes casos e para quem deseja conhecer outros pacientes vivendo a mesma situação, os grupos de apoio são de grande valia. Virtualmente ou presencialmente, o fato de compartilhar histórias, dificuldades, soluções e sentimentos com quem compreende de perto a situação pode trazer amparo e esperança.

Falar abertamente sobre o HIV e a AIDS reduz o preconceito em torno da doença, por isso o acesso a informações elucidativas rompe o tabu que ainda é tão forte na sociedade. Mais do que ajuda psicológica por parte de profissionais, o suporte da família, de amigos e da comunidade em geral faz toda a diferença para o emocional do paciente com diagnóstico de AIDS. O amor dá significado à vida do portador, tornando o combate à doença muito mais promissor e cheio de propósito.

Leia também: AIDS e desigualdade: Por que elas precisam ser combatidas juntas