Responsável por cerca de 15% dos partos pré-maturos, a pré-eclâmpsia é uma doença exclusiva da gestação e que ainda representa grande impacto na saúde as mulheres, sendo também a principal causa de morte materna. Ela é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e dos níveis de proteína na urina a partir da 20ª semana de gestação.
Por ser uma doença silenciosa e em alguns casos de difícil diagnóstico, é importante que a gestante esteja atenta aos sinais do seu corpo para detectá-la o mais cedo possível. Alguns sintomas relacionados à doença são inchaços (principalmente nos membros inferiores), aumento exagerado de peso e oscilações na pressão arterial. Quando diagnosticada apenas no término da gravidez, os riscos para mãe e bebê se tornam mais graves
Embora as causas da pré-eclâmpsia sejam desconhecidas, são observados alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de a mulher desenvolver a doença durante a gestação:
– Primeira gestação;
– Pré-eclâmpsia em gestação anterior;
– Histórico familiar de pré-eclâmpsia;
– Gestação no início da adolescência ou após os 40 anos de idade;
– Gestação de múltiplos bebês (gêmeos ou trigêmeos, por exemplo);
– Doença renal;
– Pressão arterial elevada;
– Obesidade.
Gestantes que se enquadrem nestes grupos de risco devem buscar atendimento especializado e adotar uma vigilância especial durante o pré-natal.
Exame de biomarcadores para pré-eclâmpsia e a importância da relação entre eles
A boa notícia é que existe um exame capaz de avaliar o risco de a paciente desenvolver a doença. O teste de biomarcadores para pré-eclâmpsia é indicado a partir da 20ª semana de gestação, aproximadamente o sétimo mês, mesma época em que a doença costuma se manifestar.
Os biomarcadores avaliados são o fator de crescimento placentário (PlGF) e a tirosina quinase-1 (sFlt-1). Neste teste o ensaio sFlt-1 é realizado em combinação com o ensaio PlGF, para determinar a relação entre os marcadores. A pré-eclâmpsia parece estar relacionada à liberação de fatores angiogênicos da placenta que induzem à disfunção endotelial. Nas mulheres com esta condição, os níveis séricos de PlGF e de sFlt-1 estão alterados.
Nas gestantes sem pré-eclâmpsia, o fator angiogênico PlGF aumenta nos dois primeiros trimestres e diminui à medida que a gestação evolui até o parto. Já os níveis de sFlt-1 permanecem estáveis durante a fase inicial a intermediária da gestação, aumentando de maneira constante até seu término. Enquanto isso, as mulheres com pré-eclâmpsia apresentam níveis de sFlt-1 mais altos e de PlGF mais baixos do que numa gestação regular.
A relação sFlt-1/PlGF pode ser utilizada como marcador auxiliar no diagnóstico e prognóstico de pré-eclâmpsia em conjunto com outras informações de diagnóstico e sintomas clínicos apresentados pela gestante. Estudos mostram que a relação sFlt-1/PlGF é uma ferramenta de prognóstico mais adequada do que os níveis de sFlt-1 e PlGF isoladamente. Analisar esta relação pode ser útil até mesmo para prever não apenas a pré-eclâmpsia, mas também os resultados adversos relacionados, a estratificação e o controle do risco.
O exame é realizado a partir de uma amostra de sangue, sem necessidade de jejum ou qualquer outro tipo de preparo. Um procedimento simples que pode garantir mais tranquilidade e saúde para mamãe e bebê.
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