Em abril de 2022 a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre casos de hepatite aguda em crianças de causa desconhecida. A doença foi observada em mais de trinta países, somando cerca de 700 casos, e não apresenta relação direta com os vírus já conhecidos.
Novos casos continuam surgindo ao redor do mundo e as causas ainda estão sob investigação. Os episódios têm se apresentado mais severos do que outros tipos de hepatite e, proporcionalmente, mais pacientes têm apresentado danos graves ao fígado em comparação aos tipos já conhecidos da doença.
Por se tratar de um tipo novo de hepatite, é importante cuidar com o tipo de informação que se consome sobre o caso, a fim de evitar notícias falsas, dados fora de contexto e alardes infundados sobre a doença. Para elucidar a questão, a OMS, através da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), responde aos principais questionamentos com as informações que são conhecidas até o momento.
O que é hepatite aguda?
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser manifestar a partir de diferentes causas, como infecções ou intoxicações por medicamentos ou substâncias. Os tipos já conhecidos da doença são A, B, C, D e E. A doença é chamada de aguda quando ocorre de maneira rápida e súbita.
Quais são os sintomas da hepatite aguda em crianças?
Os principais sintomas da doença são gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia, vômito e icterícia (amarelamento da pele). Clinicamente, a doença causa aumento dos níveis de enzimas hepáticas. Não causa febre.
Existe algum grupo de risco?
Os casos de hepatite aguda têm sido observados em crianças desde os dois meses de vida até os 16 anos de idade. Até o momento, 75% das ocorrências têm sido observadas em crianças de até 5 anos de idade.
Já se sabe qual é o vírus causador?
Não, apenas se sabe que esses casos de hepatite aguda não apresentam relação com os tipos já conhecidos da doença, de A a E. Testes continuam sendo conduzidos em busca da causa da doença e se ela possui relação com algum vírus específico. De acordo com o relatório emitido pela OMS no final de maio, mais de 60% dos pacientes com a doença testaram positivo para adenovírus, que costuma causar sintomas respiratórios, vômito e diarreia, mas que costuma durar poucos dias e não evoluir para casos mais graves. Também foram realizados testes de Covid-19 nesses pacientes, mas apenas 12% apresentaram PCR positivo. É importante ressaltar que o PCR aponta casos ativos da doença, não infecções prévias.
Os casos de hepatite podem estar relacionados à vacina da Covid-19?
Não. A OMS descarta qualquer tipo de associação entre os casos de hepatite aguda em crianças e as vacinas contra a Covid-19. Dos casos em que foi investigada a correlação entre a doença e o imunizante, a maioria das crianças com a doença (84%) não haviam sido vacinadas.
Como os pais podem proteger os filhos?
As recomendações gerais de prevenção à hepatite são centradas em medidas básicas de higiene, como lavar as mãos e cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, que são medidas de proteção a diferentes tipos de vírus, como o SARS-CoV-2 e o adenovírus. De modo geral, é importante que os pais se informem sobre a doença e estejam atentos aos sintomas, como diarreia ou vômito, e principalmente quando houver sinais de icterícia (amarelamento dos olhos e da pele). Neste último caso é crucial buscar atendimento de saúde prontamente.
Leia também: Saiba mais sobre hepatites virais
*Post atualizado em 21/06/22.