As atenções globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão focadas para um denominador comum à saúde de todas as pessoas: o cuidado com o meio ambiente. Mesmo em meio a uma pandemia, o órgão chama a atenção para o fato que cuidar do planeta é cuidar da saúde, não apenas nossa, mas de todos os seres que habitam a Terra.
De que maneira o ambiente afeta a nossa saúde
Segundo o órgão, dados preocupantes sobre as condições de vida em todo o planeta afetam diretamente a saúde das pessoas. São eles:
– A poluição do ar mata 13 pessoas a cada minuto através de câncer de pulmão, doenças cardíacas e derrames. Isso é preocupante porque 90% das pessoas respiram ar poluído no mundo.
– Quase quatro bilhões de pessoas em todo o planeta não possuem saneamento básico. Os resíduos humanos não tratados estão deixando as pessoas doenças e degradando o ecossistema.
– Dois bilhões de pessoas não têm acesso a água potável, causando a morte de 829 mil pessoas anualmente em decorrência de água não tratada e falta de saneamento básico.
– O aquecimento global é uma ameaça à vida humana por aumentar a incidência de doenças como câncer, asma, doenças cardíacas e doenças transmitidas por mosquitos vetores, como é o caso da dengue.
– O descarte incorreto de resíduos hospitalares pode causar hepatite B, C e outras doenças contagiosas a quem tiver contato com eles. A queima desses resíduos pode aumentar os casos de câncer.
– O tabaco mata mais de oito milhões de pessoas todos os anos, é altamente viciante e um dos principais fatores de risco para câncer e doenças cardíacas e pulmonares. Todos os anos 600 milhões de árvores são derrubadas para a produção de 6 trilhões de cigarros, prejudicando a qualidade do ar que respiramos.
– O aumento das temperaturas e das enchentes que ocorrem por esse motivo coloca mais dois bilhões de pessoas em risco de contrair dengue.
– O dióxido de nitrogênio emitido por veículos pode agravar doenças respiratórias, principalmente asma.
Fatores econômicos e sociais
A OMS argumenta que as nossas decisões políticas, sociais e comerciais estão intensificando a crise climática. Mais de 90% das pessoas respiram ar contaminado pela queima de combustíveis fósseis. O aquecimento global está aumentando a proliferação de mosquitos vetores de doenças. Catástrofes climáticas, a degradação do solo e a escassez de água estão levando pessoas a se mudarem ou afetando suas saúdes.
Além de contaminar oceanos e o solo, a poluição e o plástico entraram para a nossa cadeia de produção alimentar. Sistemas que produzem alimentos e bebidas altamente processados estão contribuindo com uma onda de obesidade, aumentando casos de câncer e doenças cardíacas, além de serem responsáveis por um terço da emissão de gases associados ao efeito estufa.
Ao mesmo tempo em que a Covid-19 nos mostrou o poder da ciência de curar e evitar doenças, também destacou a desigualdade que existe no mundo. A pandemia relevou os pontos fracos em diversos setores da sociedade, chamando a atenção para a urgência de sociedades voltadas ao bem-estar das pessoas e comprometidas com o acesso à saúde não apenas no presente, mas também para futuras gerações.
O modelo econômico atual também contribui com uma sociedade sujeita a diferenças sociais cada vez maiores. Uma economia voltada ao bem-estar das pessoas precisa estar voltada ao uso sustentável de recursos naturais. Tal objetivo significa investimentos de longo prazo, orçamentos destinados à responsabilidade social e ambiental.
Como contribuir com um planeta mais saudável
Embora a reversão dos danos ambientais exija um compromisso de governantes, corporações e da sociedade em geral, podemos começar com pequenas ações sempre que elas estiverem ao nosso alcance. Por exemplo:
Transporte: ir a pé ou de bicicleta ao trabalho pelo menos uma vez por semana. Dar preferência ao transporte coletivo.
Energia: sempre que possível, optar por uma fonte de energia renovável, como a solar.
Alimentação: comprar alimentos de produtores locais e evitar comidas altamente processadas.
Estilo de vida: parar de fumar.
Compras e consumo: comprar menos plástico, usar sacolas reutilizáveis no supermercado e comércio em geral, ser consciente quanto ao consumo de roupas.
Quebrar o ciclo de destruição do planeta não é uma tarefa fácil e nem rápida, mas se somos capazes de imaginar um mundo em que o ar é mais limpo, alimentos e água potável são mais acessíveis e onde as cidades são habitáveis e as pessoas têm pleno controle sobre sua saúde, podemos dar os primeiros passos para que ele se torne realidade.
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