Mulheres que estão se preparando para engravidar frequentemente recorrem a testes de investigação da fertilidade. Neste processo, muitos médicos recomendam a realização do exame antimülleriano, considerado um importante marcador para compreender as chances de concepção.
Realizado a partir de uma amostra de sangue, o exame investiga o hormônio antimülleriano, que é produzido nos ovários e é responsável por regular o crescimento e o desenvolvimento dos folículos. Trata-se de um importante marcador da reserva ovariana, bem como a contagem de folículos antrais realizada pelo ultrassom intravaginal no início do ciclo menstrual.
Na prática, o exame antimülleriano estima a reserva ovariana da mulher e, a partir disso, compõe a avaliação das possiblidades de engravidar, o que pode variar de acordo com idade, predisposições hormonais ou doenças pré-existentes da paciente.
Relação entre o exame antimülleriano e a fertilidade feminina
O ciclo do sistema reprodutor feminino começa com a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) pelo hipotálamo, estimulando a hipófise a liberar o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Eles, por sua vez, acionam os ovários, que passam a desenvolver vários folículos. Um deles se desenvolve mais, amadurece, rompe-se e libera o óvulo.
A cada mês vários folículos ovarianos começam a se desenvolver para ocasionar a ovulação. Esse processo contínuo marca a redução gradativa da reserva ovariana, com a qual a mulher já nasce.
Quando tem a primeira menstruação, a mulher tem entre 300 e 500 mil folículos armazenados. A cada ciclo menstrual o número diminui, chegando ao esgotamento da reserva por volta dos 50 anos, quando começa a menopausa. Porém, a partir dos 35 anos a fertilidade da maioria das mulheres já apresenta um declínio considerável.
Por ser produzido pelas células granulosas dos folículos ovarianos primários e pelos pequenos folículos antrais, o hormônio antimülleriano está relacionado à quantidade de óvulos ainda disponíveis na reserva ovariana. Seus níveis são avaliados como um importante marcador da fertilidade feminina.
Quando é solicitado e como é realizado o exame antimülleriano
Como ele ajuda a estimar o tempo de vida reprodutiva, o exame é recomendado para mulheres que estão tentando engravidar e que possuem algum fator de risco para a baixa reserva ovariana. Estes fatores podem ser:
– Histórico familiar de insuficiência ovariana prematura;
– Histórico de cirurgia ovariana;
– Endometriose;
– Disfunção tireoidiana;
– Doenças autoimunes;
– Tabagismo;
– Pré e pós-tratamento de câncer com quimioterapia;
– Infertilidade sem causa aparente;
– Má resposta na estimulação ovariana.
O exame também pode ser recomendado a mulheres com mais de 35 anos que queiram engravidar.
A dosagem sérica do hormônio antimülleriano é realizada em laboratório a partir de uma amostra de sangue. Os resultados são complementados pela ultrassonografia intravaginal, que permite a contagem dos folículos antrais.
O resultado do exame deve ser interpretado por um profissional. Índices com HAM abaixo de 1ng/ml são considerados respostas baixas e com menos de 0,16ng representam respostas muito baixas. É importante destacar que o nível baixo do antimülleriano é um alerta para o tempo de vida reprodutiva, e não de infertilidade. Mulheres com resultado baixo têm possibilidade de engravidar naturalmente. Outro ponto relevante é que o exame estima a quantidade e não a qualidade dos óvulos. Portanto, mulheres com índices altos também podem apresentar dificuldades na concepção por outros fatores.
Quando o assunto envolve concepção e investigação de fertilidade é crucial contar com o acompanhamento de um médico ginecologista. Este profissional poderá indicar quais exames devem ser realizados em cada caso e interpretá-los de acordo com as peculiaridades de cada paciente.
O Hemos Laboratório realiza exames antimüllerianos, que são rápidos e não exigem preparo específico, como jejum ou não estar no período menstrual.
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