As vacinas para Covid-19 têm se mostrado fortes aliadas para controlar a pandemia do novo coronavírus, que se estende há mais de um ano e meio em todo o mundo. Desenvolvidas, aprovadas e produzidas em tempo recorde, elas ainda geram muitas dúvidas para o público geral e têm se tornado motivo de especulações – alimentadas por teorias conspiratórias difundidas pela internet.
Para esclarecer dúvidas e transmitir informações confiáveis à população, a Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicou uma página do seu site oficial para responder às questões mais comuns relacionadas às vacinas para Covid-19. Confira as principais explicações a seguir:
Como as vacinas foram desenvolvidas tão rapidamente? Isso compromete sua segurança e eficácia?
A agilidade no desenvolvimento das vacinas para a Covid-19 se deu por diversos motivos. Porém, isso não significa que sua segurança e eficácia estejam de qualquer forma comprometidas. O desenvolvimento dos imunizantes foi facilitado pelos seguintes fatores:
Investimentos significativos: governos, indústria e demais organizações envolvidas com o desenvolvimento de vacinas destinaram recursos financeiros e operacionais para que os imunizantes fossem produzidos o quanto antes. Alguns governos também permitiram a produção de estoque de vacinas antes mesmo que elas tivessem passado por todas as etapas de regularização.
Novas tecnologias adaptadas do desenvolvimento de outras vacinas: as vacinas de mRNA foram desenvolvidas tão rapidamente para Covid-19 a partir do momento em que o sequenciamento do vírus foi determinado. Mas a tecnologia para isso já está em desenvolvimento há muito mais tempo, o que permite a produção em larga escala muito mais rapidamente. A tecnologia de adenovírus já tem sido testada ao longo dos últimos 20 anos para os vírus de SARS, MERS e Ebola. Ela pôde ser adaptada rapidamente para Covid-19, que tem várias similaridades com estes vírus.
Sucesso dos testes clínicos: foi possível recrutar com bastante rapidez um grande número de voluntários para os testes clínicos e, com as tristes altas taxas de infecção em muitos países, foi possível completar os testes com 10 mil a 50 mil voluntários em pouco tempo. Em circunstâncias normais, levaria meses ou até mesmo anos para conduzir testes com uma quantidade tão grande de pessoas.
Colaboração: houve um esforço coletivo entre agências reguladoras, indústria e pesquisadores para que o processo burocrático entre a apresentação de resultados fosse mais ágil.
Pesquisa intensiva e perspicaz: pesquisadores previram que a proteína Spike do vírus seria um bom alvo para o desenvolvimento da vacina, e quase todas elas foram desenvolvidas para induzir uma resposta nesta proteína. Até aqui, esta proteína tem produzido uma forte resposta imune nas pessoas vacinadas.
As vacinas mRNA podem afetar o DNA das pessoas?
Não. As vacinas mRNA não demonstraram qualquer tipo de incorporação aos genes das pessoas vacinadas e se dissolvem nas semanas seguintes à aplicação da dose. As vacinas mRNA contêm instruções genéticas para as nossas células, que só as leem e fornecem cópias da proteína Spike de SARS-CoV-2. Isso permite que o sistema imunológico natural do corpo humano reaja caso a pessoa imunizada tenha contato com o vírus no futuro.
Por quanto tempo as vacinas de Covid-19 protegem as pessoas imunizadas?
Ainda não se sabe o tempo total de proteção de cada vacina. Devemos ter mais dados sobre isso nos próximos 12 meses. Isso porque a duração da proteção de qualquer vacina pode variar. Por exemplo, a vacina da gripe precisa ser reforçada todos os anos por causa das mutações do vírus Influenza. Já a vacina de rubéola e sarampo protegem por vários anos ou até pela vida inteira. A mutação é um fator crucial para determinar por quanto tempo a proteção de uma vacina deve durar. O coronavírus de SARS-CoV-2 já mostrou que é capaz de produzir variantes, e a comunidade científica está ativamente monitorando estas mutações para determinar se as vacinas disponíveis são eficazes contra elas.
Por que existe tanta variedade de vacinas?
Conforme a seriedade da pandemia ficou evidente em todo o mundo, o desenvolvimento de vacinas eficazes contra Covid-19 se tornou prioridade para muitas empresas farmacêuticas e institutos de pesquisas médicas. Também houve um investimento sem precedentes de governos e da iniciativa privada para que os imunizantes se tornassem realidade. Atualmente existe uma boa variedade de tecnologias para o desenvolvimento de novas vacinas – e muitas organizações desenvolvendo vacinas para Covid-19 têm bastante experiência em uma ou mais destas tecnologias. Isso tem garantido que ainda existiriam vacinas disponíveis caso algumas delas não fossem aprovadas por questões relacionadas a eficácia, segurança ou desafios de produção.
E se muitas pessoas começarem a ter reações a determinada vacina?
Reações de curto prazo, como dor no local da aplicação, cansaço ou dor de cabeça são comuns a qualquer vacina contra Covid-19. Normalmente elas passam em um ou dois dias. Se surgirem novas evidências que sugiram que determinada reação adversa esteja realmente relacionada a determinada vacina, as autoridades reguladoras irão tomar medidas a respeito, trabalhando colaborativamente com profissionais de todo o mundo. Dependendo do tipo de reação, estas medidas podem ser um alerta às pessoas que serão imunizadas e aos profissionais de saúde, atualização das informações na bula do imunizante, o monitoramento próximo do grupo de pessoas que apresentou reações e, nos casos mais graves, a suspensão do uso da vacina.
Sempre que tiver dúvidas em relação à segurança ou eficácia das vacinas, busque informações junto a órgãos oficiais, nacionais e internacionais. O cumprimento completo do protocolo vacinal é a melhor arma que a humanidade tem para enfrentar a Covid-19 e todas as vacinas aprovadas no Brasil apresentarem segurança e eficácia. Proteger a si é proteger a todos.
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)
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