Cuidar da saúde preventivamente é importante para todos, em todas as fases da vida. Há exames para mulheres que já chegaram à fase adulta que são fundamentais para evitar doenças específicas do corpo feminino. Além de cuidar do seu organismo com uma dieta balanceada, exercícios físicos e relações afetivas saudáveis, realizar estes testes periodicamente fazem parte da manutenção da saúde em sua forma mais plena.
Há procedimentos que são próprios para mulheres e outros que todos os adultos devem fazer periodicamente. Chamados de exames de triagem, estes testes agem de forma preventiva, apontando fatores que podem levar a doenças ou identificando patologias em estágios iniciais, o que aumenta as chances de recuperação consideravelmente.
Cada fase da vida adulta vem acompanhada de recomendações médicas comuns àquela etapa, dependendo, é claro, de fatores genéticos que podem ser observados no histórico familiar. Embora cada situação deva ser discutida de forma específica com o médico, que irá indicar quando tais exames se fazem necessários, há algumas recomendações de testes de triagem que devem ser realizados de acordo com a idade. Acompanhe a seguir:
Exames para mulheres de 19 a 29 anos
Quando chegam à fase adulta, as mulheres são aconselhadas pelos médicos a realizarem exames de triagem para a detecção precoce das doenças tratáveis mais comuns em adultos, como doenças sexualmente transmissíveis (DST), câncer, diabetes e doenças cardíacas.
Os seguintes testes são os mais recomendados para mulheres de até 29 anos de idade:
Câncer de mama: embora a mamografia não seja indicada para esta faixa etária, é aconselhado o exame das mamas por um médico a cada dois ou três anos, como parte dos seus exames de rotina.
Câncer de colo do útero: apesar de ser mais comum em mulheres com 40 anos ou mais, este tipo de câncer é de lento crescimento e pode levar anos para se desenvolver. É recomendada a realização do teste preventivo, conhecido como Papanicolau, desde o início da vida sexual da mulher.
Clamídia e gonorreia: clamídia e gonorreia são DSTs comuns, mas a maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas. Mesmo sem sintomas, as pessoas infectadas podem repassar a infecção aos seus parceiros sexuais. A recomendação é que mulheres com atividade sexual realizem exames para clamídia e gonorreia uma vez por ano – eles podem ser feitos com frequência maior no caso de existirem fatores de risco, como múltiplos parceiros sexuais. Gestantes com 25 anos de idade ou menos devem fazer exames para clamídia e, quando há fatores de risco, devem ser examinadas também para gonorreia.
Colesterol: a cada cinco anos todas as pessoas com mais de 20 anos de idade devem fazer uma avaliação de lipídios, incluindo o colesterol, em jejum. Dependendo dos resultados, este prazo pode ser ampliado ou reduzido. A avaliação de lipídios compreende colesterol total, colesterol LDL, colesterol HL e triglicerídeos.
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV): todas as pessoas que iniciaram a vida sexual devem realizar o exame pelo menos uma vez. Mulheres grávidas também devem ser testadas ao menos uma vez. Quem tiver relações sexuais sem uso de preservativo também deve ser testado para HIV. A frequência da triagem dependerá do estilo de vida da pessoa e poderá ser indicada mais especificamente pelo médico, que avaliará os riscos de contaminação.
Exames para mulheres de 30 a 49 anos de idade
Nesta faixa etária os exames de triagem de mulheres se tornam mais importantes. O médico estará interessado em identificar fatores de risco de doenças crônicas comuns e, dependendo da situação, indicar testes além daqueles já recomendados.
Muitos dos exames realizados na etapa anterior se repetem, com algumas recomendações mais específicas para a idade.
Câncer de mama: de forma geral os exames de mamas continuam sendo clínicos, realizados por um médico nas consultas de rotina. A partir dos 40 anos recomenda-se que eles sejam realizados anualmente. De forma geral a mamografia é recomendada somente a partir dos 50 anos, porém, dependendo do histórico familiar ou da própria paciente, ela pode ser indicada a partir dos 45. Converse com seu médico.
Câncer de colo do útero: a recomendação permanece a mesma de mulheres mais jovens para quem não apresentar fatores de risco e que tenham resultados anteriores de Papanicolau normais. Quem tiver fatores de risco ou alterações deve repetir o exame preventivo com mais frequência.
Colesterol: permanece a recomendação da faixa etária anterior, a não ser que os resultados comecem a apresentar situações de risco.
Obesidade: conforme o corpo envelhece, a perda de peso se torna mais difícil para a maioria das pessoas. Por isso, a partir dos 30 anos é importante acompanhar índices de massa corporal e, se possível, percentual de gordura e observar se há gordura visceral. É importante ficar de olho neste aspecto da saúde porque a obesidade aumenta o risco de diversas doenças, como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes tipo 2, doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, cálculos biliares, osteoartrites, apneia do sono e demais problemas respiratórios.
HIV: permanecem as recomendações da faixa etária anterior.
Exames para mulheres a partir dos 50 anos
Com o avanço da idade aumenta a responsabilidade com a própria saúde, uma vez que muitas doenças só irão se manifestar na fase idosa. Todos os exames recomendados nas faixas etárias anteriores permanecem nesta etapa da vida, algumas com recomendações de metodologia e periodicidade diferentes.
Clamídia e gonorreia: como os casos de reinfecção são comuns, é recomendado realizar novamente os exames para estas DSTs.
Tuberculose: mais comum em populações que vivem em aglomerações, em usuários de drogas e pessoas contaminadas com HIV, a tuberculose ainda é uma doença relativamente comum. Pessoas que não tomaram a vacina BCG quando pequenas devem estar particularmente atentas aos riscos de contrair tuberculose. A avaliação é feita através do teste intradérmico (PPD) e exames de imagem de tórax, como a radiografia.
Câncer de mama: a partir dos 50 anos de idade é recomendado o monitoramento da saúde das mamas por meio da mamografia, um exame radiológico capaz de identificar pequenos tumores quando eles ainda não são identificáveis por toque ou observação visual.
Obesidade: além de agir preventivamente em relação à obesidade, é importante acompanhar os níveis de massa magra em pessoas mais velhas, pois ela tende a se perder com mais facilidade conforme a idade avança.
Osteoporose: a presença de massa magra nas mulheres é particularmente importante pois elas ficam mais suscetíveis à osteoporose após a menopausa. A principal complicação desta doença é a facilidade de ocorrerem fraturas ósseas. Recomenda-se que mulheres com 65 anos ou mais realizem o exame de densitometria óssea a cada dois anos.
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