A obesidade é uma doença crônica caracterizada principalmente pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. O crescimento de sua incidência é preocupante, uma vez que a obesidade afeta a saúde das pessoas, deixando-as mais vulneráveis a algumas doenças e lesões.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os índices globais de obesidade praticamente triplicaram desde 1975. Em todo o mundo aproximadamente 2 bilhões de adultos apresentam sobrepeso, destes, mais de 650 milhões são obesos. No Brasil a obesidade afeta mais de 20 milhões de pessoas, representando 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres na população adulta. Além disso, cerca de 50% têm sobrepeso.
Mas um dos fatores mais preocupantes em relação à obesidade é que ela está começando a se tornar mais frequente nas crianças. Em todo o mundo, 39 milhões de crianças com até 5 anos de idade apresentavam sobrepeso ou obesidade em 2020. O crescimento dos índices de obesidade nesta população é ainda mais alarmante: em 1975 apenas 4% dos jovens entre 5 e 19 anos estavam acima do peso ou obesos, passando para 18% em 2016.
Causas e diagnóstico da obesidade
A principal causa para a obesidade e o sobrepeso é o desequilíbrio de energia entre as calorias consumidas e as calorias gastas. E o estilo de vida moderno contribui para que o problema se agrave, por meio de alimentos ultraprocessados altamente calóricos e ricos em gorduras e açúcar. Somado a isso há o aumento do sedentarismo intrínseco a muitas modalidades de trabalho e auxiliado por meios de transportes cômodos, crescente urbanização e facilidades criadas nas telecomunicações.
O diagnóstico mais elementar de obesidade é feito a partir do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), que avalia a relação entre o peso e a altura. Quanto mais alto o índice, mais chances o paciente tem de desenvolver problemas de saúde decorrentes do sobrepeso ou da obesidade:
IMC abaixo de 18,5: abaixo do peso
IMC entre 18,5 e 24,9: peso normal
IMC entre 25 e 29,9: sobrepeso
IMC entre 30 e 34,9: obesidade grau I
IMC entre 35 e 39,9: obesidade grau II
IMC acima de 40: obesidade grau III.
Existem também outras formas de diagnosticar o excesso de peso, que devem ser realizadas em conjunto com o cálculo do IMC, com o cálculo da porcentagem de gordura e medição da circunferência abdominal.
De que maneiras a obesidade afeta a saúde
A obesidade e o sobrepeso podem acarretar sérias consequências para a saúde. O acúmulo excessivo de gordura corporal é um fator de risco para:
– Doenças cardiovasculares, principalmente doenças cardíacas e derrames;
– Hipertensão arterial;
– Aumento do colesterol e triglicerídeos;
– Diabetes tipo 2;
– Distúrbios musculoesqueléticos como a osteoartrite, uma doença degenerativa das articulações altamente incapacitante;
– Alguns tipos de câncer, como do endométrio, de mama, de ovários, de próstata, de fígado, de bexiga e colorretal.
A obesidade infantil é associada a um alto risco de obesidade e incapacidade na fase adulta, além de morte prematura. Mas além dos perigos para o futuro, crianças obesas também apresentam dificuldades de respiração, maior risco de fraturas, hipertensão, indicativos precoces de doenças cardiovasculares, resistência à insulina e consequências psicológicas.
Além das consequências já mencionadas para a saúde, a obesidade também afeta o bem-estar das pessoas. Pessoas obesas são propensas a apresentar episódios de apneia do sono, dificuldade para se movimentar, cansaço frequente e distúrbios no ciclo menstrual das mulheres.
A boa notícia é que a obesidade pode ser prevenida e combatida. A melhor maneira de alcançar ou se manter em um peso saudável se dá pela manutenção de uma alimentação equilibrada, repleta de nutrientes e sem alimentos ultraprocessados, repletos de gordura ou açúcar. O déficit calórico também deve ser promovido com o auxílio da prática regular de exercícios físicos.
Pessoas que já apresentam obesidade devem contar com acompanhamento médico, além de profissionais como nutricionista e preparador físico, para garantir que a perda de gordura seja feita de forma segura dentro das possibilidades do seu organismo. Muito mais do que uma questão de estética, combater a obesidade é uma prioridade para viver com mais saúde e bem-estar.
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