Sabemos que o combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) é um dos grandes desafios da saúde em 2021. Porém, é importante lembrar que ele não é o único. Além de reparar e reforçar os sistemas de saúde devastados pelo alto volume de atendimentos provocado pela Covid-19, é preciso dedicar atenção a outras questões relativas à saúde.
Em seu site, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enumerou os principais desafios do setor para 2021, levando em consideração as necessidades mundiais de saúde que já existiam antes da pandemia, o cenário criado pelo novo coronavírus e a adoção de medidas preventivas, de olho no que o futuro do planeta nos reserva. Veja a seguir quais são estes desafios:
1. Construir um sistema de colaboração global na segurança em saúde
A OMS se comprometeu a trabalhar em conjunto com os países para melhorar o seu preparo e resposta a pandemias e emergências de saúde. Para isso, é essencial que os países atuem de forma colaborativa entre si.
A atuação do Órgão é auxiliar especialmente cenários que requerem ajuda humanitária e que esta necessidade tenha sido intensificada pela Covid-19. O objetivo é proteger as populações mais vulneráveis, incluindo comunidades urbanas, isoladas em pequenas ilhas ou países e em áreas de conflito. O plano é aprimorar as parcerias já existentes e criar novas, promovendo treinamentos e a padronização de serviços de saúde de excelência.
2. Acelerar o acesso a exames, remédios e vacinas da Covid-19
Uma das prioridades da OMS para 2021 é continuar a trabalhar nos pilares de combate à pandemia, que incluem disponibilizar acesso igualitário a vacinas, exames e tratamentos, garantindo que os sistemas de saúde tenham a capacidade para direcionar corretamente estes recursos. Garantir que as pessoas tenham acesso igualitário a estas ferramentas é crucial para acabar com a primeira e mais crítica fase da pandemia, além de contribuir com o fim das crises de saúde e econômica geradas pela Covid-19.
De forma mais específica, os objetivos da OMS incluem: distribuir dois bilhões de doses de vacina, 245 milhões de tratamentos, fornecer exames a 500 milhões de pessoas de países subdesenvolvidos e fortalecer os sistemas e saúde para que os insumos sejam realmente aplicados.
3. Atendimento avançado de saúde para todos
Uma das lições mais dolorosas deixadas pela pandemia diz respeito às consequências devastadoras de negligenciar os sistemas de saúde. Em 2021 a OMS pretende trabalhar em parceria com os países para fortalecer estes sistemas para que eles melhorem a resposta à Covid-19 e possam oferecer serviços essenciais de saúde para manter pessoas de todas as faixas etárias saudáveis.
Duas iniciativas da Organização pretendem atuar no fortalecimento da atenção primária e no auxílio para que os países possam identificar suas necessidades de saúde, como por exemplo garantir que mulheres possam dar à luz de forma segura, que as crianças possam ser vacinadas e que as pessoas tenham acesso a exames de saúde.
4. Agir nas desigualdades na saúde
A pandemia chamou a atenção para as profundas disparidades que continuam a existir dentro dos países e entre eles. Para evitar que esta diferença se agrave, a OMS está trabalhando no levantamento de dados junto a comitês locais, para monitorar e intervir nos casos de desigualdade de acesso a serviços de saúde, seja ela causada pela renda, sexo, etnia, localização, nível educacional, profissão ou eventuais deficiências.
5. Promover a liderança da ciência e da informação
A OMS se compromete a monitorar e a avaliar os mais recentes achados científicos sobre a Covid-19 e além dela, identificando oportunidades para promover estas evoluções e melhorar a saúde global. O plano é fortalecer a excelência, relevância e a eficácia das funções técnicas inerentes ao Órgão para aprimorar as recomendações para a saúde pública, baseadas nas melhores evidências, abrangendo doenças que vão do Alzheimer ao Zika vírus.
Leia também: Saiba como funciona o diagnóstico do Zika vírus em laboratório
6. Revitalizar esforços para enfrentar doenças transmissíveis
Nas últimas décadas a Organização Mundial da Saúde e seus parceiros trabalharam no combate a doenças transmissíveis, como pólio, HIV, tuberculose e malária, e também para evitar epidemias de doenças como sarampo e febre amarela. A pandemia de Covid-19 acabou atrasando este trabalho em 2020, por isso, o plano para 2021 também é ajudar países a terem acesso a estas vacinas, incluindo a do HPV, cuja campanha a OMS havia iniciado em 2020.
7. Combater a resistência a remédios
Os esforços globais para combater doenças infecciosas só terão sucesso se as pessoas puderem contar com fármacos eficientes para combatê-las. Por isso, é essencial uma união de forças com os serviços de saúde e também com organizações voltadas ao agronegócio para preservar a nossa proteção antimicrobiana. Isso significa a utilização consciente de produtos antibióticos, para evitar a resistência bacteriana aos remédios.
Leia também: Resistência a antibióticos: Uma preocupação de todos
8. Prevenir e tratar doenças não transmissíveis e distúrbios mentais
O relatório mais recente da OMS, publicado com base nos dados de 2019, apontou que doenças não transmissíveis foram responsáveis por sete das 10 causas de morte mais comuns naquele ano. Em 2020 a pandemia deixou ainda mais evidente a vulnerabilidade de pacientes com estas doenças, que logo foram identificados como grupo de risco para a Covid-19. Isso prova como é importante garantir o acesso a exames de tratamentos de doenças como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares.
Outro fato observado pela Organização foi o impacto devastador da pandemia e suas consequências, como lockdowns, instabilidade econômica, medo e insegurança, na saúde mental das pessoas. Em 2021 o Órgão pretende apoiar iniciativas de expansão de serviços de apoio à saúde mental das pessoas, em especial em áreas de conflito e devastadas por catástrofes naturais.
9. Melhorar a reconstrução do planeta
A pandemia permitiu que as pessoas repensassem seus estilos de vida e abriu uma oportunidade para reconstruir um planeta melhor, ecologicamente sustentável e mais saudável. No Manifesto da OMS de Recuperação da Saúde da Covid-19, o Órgão destaca as mudanças climáticas e a saúde como argumentos para reduzir a poluição e melhorar a qualidade do ar.
10. Agir de forma solidária
Um dos princípios enfatizados pela OMS durante o combate à Covid-19 é a necessidade de haver mais solidariedade – entre nações, instituições, comunidades e indivíduos. Por isso, iniciativas da Organização irão agir preventivamente, promovendo este espírito entre grupos de juventude, fortalecendo e expandindo parcerias com a sociedade civil e o setor privado.
Leia também: 6 Dicas para atingir suas metas de saúde em 2021